Grupo Epopeia

Sob um cálido sol e um calor inabitual saí de casa, rumo à Gibiteca de Curitiba, onde tenho gozado de saborosas aulas de histórias em quadrinhos!

A mente, mais perdida do que cego em tiroteio, esqueceu-se de reservar alguns tostões para pagar o curso em questão.

EI! ESPERE! Não pare de ler agora, considero que chegar ao cerne exige um caminhar pelo introito que, aparentemente, não tem nada a ver com o Grupo Epopeia! Então, seja paciente e prossiga com um sorriso na face!

Desviei meu caminho para sacar o dinheiro e pagar o curso de HQ e, como pessoa precavida, não saquei um centavo a mais do que precisava para quitar a mensalidade! Pois vejam, estou prestes a chegar ao ponto!

Estava eu caminhando pela Rua XV, pensando em mil ideias que tive sobre rumos para um de meus livros, quando um rapaz intercepta meus passos e minhas divagações. Ele (Cristiano) é integrante do Grupo Epopeia e contou-me brevemente sobre os 16 anos deste grupo de poetas que divulga seus trabalhos no boca-a-boca, distribuindo cadernos de poesia em troca de uma colaboração voluntária.

Encantada com a iniciativa, com a beleza dos desenhos e com algumas poucas palavras que li durante a conversa, aceitei o caderno de poesias e abri a carteira para dar-lhe minha colaboração. Neste momento fatídico, esta que vos fala e que foi uma completa idiota, descobre que, além do dinheiro para pagar o curso, tem apenas uma meia dúzia de trocados.

Ainda calculo o que fere mais, o fato de ter aceitado ficar com essa obra de arte por tão pouco, porque tive medo de nunca mais vê-los por ali (pois nunca os havia visto, apesar de seus 16 anos por aquelas bandas), ou a feição de frustração e decepção do jovem poeta. Admito que o peso é um insulto para minha alma, pois como amante das artes, pude sentir o que ele sentiu e, além disso, senti-me como uma dentre os muitos que não dão valor à beleza das artes e dos esforços daqueles que as praticam.

Este post, pois, possui dois intentos.

O primeiro. Caso algum dia o Cristiano, ou qualquer outro integrante do Grupo Epopeia, acabe se perdendo neste blog, peço minhas sinceras desculpas e espero, de coração, que possam perdoar-me a ofensa.

O segundo. Divulgar a beleza e a graça do trabalho que hoje conheci! Fui cativada e enlaçada pelas palavras e ilustrações contornadas nas 18 páginas! Para conhecerem mais sobre essa minha nova sugestão, podem dar uma banda pela Rua XV e torcer para encontrar algum dos integrantes do Grupo Epopeia ou podem acessar a página: http://grupoepopeia.blogspot.com.br/.

Conversa sobre Bernard Cornwell

A despeito do tema que me proponho para este post, acrescento a estremecedora sensação de que estou ficando velha. Velha? Sim, porque meu interesse por Bernard Cornwell nasceu por volta de 10 anos atrás, em uma Bienal do Livro em São Paulo.

Àquele tempo, eu não era jovem demais para ser criança. Hoje, eu não sou jovem demais para ser adolescente.

Fuçando aqui e acolá, vendo estes e aqueles livros! Meus olhos se depararam com uma capa azul em que se lia “O Rei do Inverno”. Nas idas e vindas, apenas adquiri o livro 5 anos depois.

Se você nunca leu um texto de Bernard Cornwell, talvez não seja capaz de compreender as sensações das quais desfrutei e o fascínio que foi incrustado nos pensamentos desta que vos fala.

Bernard Cornwell é um reflexo do que há de melhor em épicos. Em um mergulho penetrante, afogamo-nos em intrincados liames, ricos em detalhes e cuidadosamente desenvolvidos para apontarem a versão mais crível da história ou do que ela representaria. Uma bengala a puxar-nos para dentro do palco de cada acontecimento, conversas ou batalhas (estas narradas com perfeccionismo e conteúdos táticos incríveis!).

É fenomenal como a narrativa se desenvolve e como, em determinados pontos (tais como aqueles que envolvem uma curiosa versão de Merlin), aqueles que crêem em magia podem a vê-la evidentemente estampada, enquanto que os céticos nada mais vêem do que coincidências ou fatos fisicamente prováveis.

A última página de cada coleção é gravada pela frustração decorrente do fim e pela ansiedade para a leitura dos outros títulos.

 

Cativos da escrita

Escrita, uma arte deliciosamente complexa, uma derramar de idéias para que outros dela partilhem, o sabor incandescente de tecer pensamentos e o colocarmos no firmamento. Tantas são, entretanto, as formas de desenvolvê-la, seja prosa, seja poesia, seja então prosa poética.

Tentei ser poeta! Descobri-me inapta a dar vida a belos versos e estrofes, sonetos simétricos. Tenho especial paixão aos versos simétricos, que ainda que friamente calculados, sejam cálidos e naturais, fluentes de beleza. Entretanto, sequer meus versos tortos são capazes de embebedar de beleza, são pobres demais.

Encontrei-me, contudo, na beleza da prosa. Em uma escada longa que leva ao ápice da escrita, mal passei da metade do primeiro degrau, mas como amo poder usar das palavras para expressar meus sentimentos e minhas idéias! E tenho uma dezenas de idéias, falta-me apenas tempo para roubá-las daquele plano para este, palpável.

A sensação de escrever e dar vida a tudo quanto percorre a mente é indescritível, mágica, dominadora e cativante. Se pudesse, escreveria incessantemente, alimentar-me-ia das palavras, beberia das pontuações, respiraria a linguagem. Voltando ao mundo real, preciso trabalhar e cuidar da casa. Ora, reservo-me o deleite de escrever nas raras horas em que não estou sujeita ao cumprimento dos meus deveres.

Quando descobri minha paixão pela escrita? Logo após descobrir meu amor pela leitura, eu tinha algo entre 13 e 14 anos. A professora de filosofia (Declaro minha gratidão à Dona Sandra, minha professora de filosofia na 8a. série da escola CEDESC, muito tempo atrás!) pediu-nos que fizéssemos uma redação em que nos inseríssemos em um mito grego ou uma lenda brasileira.

Minha paixão irrefreável pela mitologia e cultura antiga levaram-me a utilizar a mitologia grega, mas como utilizar um mito isolado em uma cultura tão intrincada? Impossível! Minha baderna de mitos, cujo centro era Apolo, gerou uma redação de 8 folhas (Saliento, 8 folhas, não páginas!).

Foi aí que nasceu meu primeiro livro, a redação tomou cria e cresceu para suas duzentas páginas. Comecei a revisá-lo um tempo atrás, para procurar editá-lo e publicá-lo, mas uma idéia de supetão assolou-me e comecei a escrever meu quinto livro. Sim quinto, sem esquecer quarto, que também está em processo de criação.

Desde então, encontro-me sempre (sempre!) em processo criativo, os pensamentos maquinando o próximo diálogo, o próximo entrave, o próximo detalhe.

Conheço que, especialmente minhas primeiras histórias, chegam a ser algo próximo do tosco. No entanto, são meus bebês, minhas crias e encho o peito de orgulho para delas falar. Retratam-me em épocas diferentes e a evolução (ou não) da minha forma de expressão.

Dedico este post a todos que, como eu, pessoas que amam escrever e amam suas obras, ainda que tortas.

Sarau literário – Memories of the Angel

Agora é a hora para os talentos ocultos se revelarem. Vocês gostam de escrever contos?

Memories of the Angel está promovendo seu primeiro sarau literário e é mnuito simples participar!

Para inscrever-se no primeiro sarau literário do Memories of the Angel basta criar um conto inédito de até 5.000 caracteres (incluindo os espaços) até o dia 16/04/2011 sobre os seguintes temas:

Alta Fantasia – Histórias com elfos, anões, dragões

Dark Fantasy – Fantasias mórbidas com toques de terror

Histórias Originais – Contos com personagens nunca explorados e que aconteça algo inexperado(original)

Histórias Reais Fantásticas – o que aconteceu de interessante com você e que pareceu surreal???

Loucuras do Cotidiano – histórias mostrando o lado louco/fantástico de coisas do dia a dia

Seres fantásticos em uma entrevista de emprego – Qual personagem você gostaria de entrevistar? Quem seria o canditado perfeito para a vaga da sua empresa?

Serão 6 ganhadores, um escritor de cada tema.

Após a divulgação dos resultados, será feito um sarau literário para a apresentação dos textos e entrega dos prêmios.

Prêmios? Claro que sim, afinal, escritores talentosos merecem incentivo.

Anjos a Face do Mal – Nelson Magrini

Cira e o Velho – Walter Tierno

Escuridão – Elena P. Melodia

Guardians – Luciane Rangel

No Mundo dos Cavaleiros e Dragões – Luiz Ehlers

O Vale dos Anjos – Leandro Schulai

Os jurados serão:

Alba Milena – blog Psychobooks

Erick Sama – Editora Draco

Leandro Schulai – O Vale dos Anjos

Luiz Ehlers – Revista Fantástica

Walter Tierno – Cira e o Velho

Deixe sua imaginação fluir, atice seus dedos e comece a escrever! Queremos muito ler seus contos!

Sem esquecer, para participar da concurso, é necessário ser seguidor do Memories of the Angel, seguir a @MilenaCherubim no Twitter e mandar um e-mail para milenacherubim@gmail.com com conto.

As inscrições estarão encerrada no dia 16/04/2011. Fiquem de olho nas informações no Twitter e no blog.

Boa sorte a todos!

A propósito, para aqueles que não ganharem o concurso do Memories of the Angel, não desanimem! Continuem mostrando seu talento! Não estar entre os 6 vencedores não os desmerece!

Escrevo errado

O que seria dos perfeitos, se não fossem os imperfeitos como eu?

Acredito ter cometido um crime imperdoável, meu rosto ruboriza tamanho o horror de meus atos e eu poderia dizer o seguinte em meio à gagueira e ao nervosismo exacerbado: “Cometi um erro de português!”. Oh tamanho absurdo que me isola em desespero, sufocando meu peito com a culpa pelo desastre de meu deslize!

Serei punida com a pena de morte? Oh Graças ao bom Deus, isso não existe no Brasil. Será então a pena perpétua? Pela bondade das almas iluminadas, isso também não há no Brasil. Oh céus, serei condenada a viver na imundice do cárcere, condenada publicamente! Os jurados erguerão contra mim a espada da lei e serei punida como assassina. Sim, assassina na língua portuguesa.

Em pensamentos do dia 29 de dezembro de 2010, fui impiedosa e, armada de um computador, deflagrei o golpe fatal. Eis que escrevi com letras em destaque “Esteriótipo”, enquanto deveria ter escrito “Estereótipo”!

Tantos erros gramaticais aqui e acolá, cometidos por mim ou por outrem. Sou homicida da língua portuguesa, dilacero-a com menor intensidade (se comparada com uns e outros), entretanto, como qualquer homicida, devo ser proporcionalmente flagelada pelos meus crimes. LEVEM-ME À FORCA!

Oh que vergonha cega, como pude matar um dos mais belos instrumentos! Que seja como a Fênix e ressurja das cinzas que deixei para trás!

Chamou-me atenção o querido anônimo, com um comentário que nada explicou: “… esteriótipos?” Juro que tentei entender o que quis dizer, entretanto, minha bola de cristal estava no conserto e tive que imaginar que a dúvida vinha no que dizia respeito ao significado do termo.

Em resposta recebi o seguinte comentário: “É estereótipo, bacharel em direito.” Então, pude entender, através de colocações um tanto quanto arrogantes de um acusador que se oculta sob o nome de Anônimo,  que eu havia digitado erroneamente a palavra estereótipo. Ei-lo, meu juiz!

Em primeiro lugar, a falta de modéstia impede-me de afirmar que escrevo mal, pois não o faço. A falta de hipocrisia impede-me de pensar que sou dona da verdade e que jamais cometo deslizes, tal qual este em comento.

Em segundo lugar, era-me desconhecido, até então, que o título de bacharel em direito atestava-me também como doutora em língua portuguesa (por sinal, quantos professores já não vi cometerem erros ainda mais crassos do que o meu?)!

Apesar de tudo, grito que me condenem! Pequeno ou grande, pratique o crime ao qual me imputaram a prática (e devo ter cometido outros tantos no decorrer de minha vida)! Oh céus, quantos homicídios não devo ter cometido ao longo de todos esses anos!

Grito pelo perdão de minha alma, querida mãe-língua-portuguesa!

Nesta altura do campeonato, em que caminho taciturna rumo ao meu carcereiro, ouso novamente:

O que seria dos perfeitos, se não fossem os imperfeitos como eu?

Nada seria dos perfeitos, à imagem de meu querido Anônimo, que seria simplesmente comum em meio aos demais perfeitos-comuns!

Volto-me para aqueles que se alinham para assistirem-me sucumbir ao voraz julgamento e sorrio. Querem saber? Fugirei e fugirei das garras da justiça que me condena pelo crime de assassinato da língua portuguesa. Saio em fuga rápida até encontrar folha e papel para brincar de escrever errado!