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Amargura
… E assim mergulhei na amargura,
que transformou de pétalas um sonho,
tornou-o um leito de tristeza pura!
Eis que meu coração tornou-se tristonho!
Os sóis de meus dias iluminados
sorriram uma última vez
e sem pestanejar ficaram minguados,
anunciando o fim de sua calidez.
Sopram gélidos os ventos,
expandem-se as soturnas nuvens
os tons de cinza são monstros sedentos.
Anunciam: Tiramos tudo o que já não tens!
Caminhos árduos e tortuosos!
A menina cheia de sonhos e pureza,
lançada foi aos mares espinhosos!
Está sufocada no escuro das profundezas!
Sangra-me em abundância a alma
e o coração ritma numa taciturna balada!
A consciência suplica: Vás com calma!
Os sentimentos gritam: Mas estás sufocada!
A luva de pelica chicoteia
e a face d’alma arde!
Emaranhada em uma teia,
a cada dia, parece que já é tarde (demais)!
À distância, soa o sorriso antigo!
Ao longe, brilha o envelhecido crer!
Ao lado, a frustração está contigo!
Vê-se, então, pouco a pouco morrer!
Metáfora da dor
Rompeu-se em tantos cacos quanto é possível imaginar, mas jamais contar.
Não vejo, apenas sinto a ruptura e ela é profunda, demasiadamente dolorosa.
Onde está meu “eu”?
Um algo de mim perdeu-me nessas idas e vindas, nos caminhos e descaminhos que cruzaram e descruzaram os meus passos que vêm e vão.
Estou, contudo, tão cansada para procurá-lo, tão exausta e rastejante sobre meu próprio ser…
O relógio rouba-me a liberdade! O cansaço dilacera, até mesmo, a capacidade de pensar, de sonhar, de sorrir! Os passos tropeçam em si e os pés pesam como grilhões, os ombros doem como se Atlas eu fossem! Onde está o ar para que eu possa respirar?
Onde está meu “eu”, que se perdeu de mim!? Seja, talvez, apenas breu! Quem dera fosse uma folha de papel, que pode ser encontrada amassada a um canto ou sob pilhas de qualquer coisa, em uma gaveta ou sob a cama!
BIG Ben ou Bang?
Londres? Creio ser o Big Ben que vibra em minha cabeça!
Ou seria o Big Bang criando um universo em meus miolos?
Em Londres ou na origem de tudo, sei apenas que minha cabeça está estourando!
Dói! Dói! Dói! *toca sino*