Alguns dias atrás, quando escrevi o post mister vs mister, recordei de outras duas palavras sobre as quais gostaria de tratar, são elas tão vítimas da pronúncia equivocada quanto ‘mister‘. Apresento-lhes, pois, o subsídio e a besta.
Permitam-me desmembrar este texto em duas partes, a primeira dedicada ao subsídio e a segunda à besta.
Subsídio, do latim subsidĭum, significa auxílio, benefício.
Subsídio é uma palavra bastante usada nos dias de hoje, inclusive nos telejornais, quando se noticia, por exemplo, novos incentivos tributários às empresas ou novos estímulos à população carente. A despeito das importantíssimas e afamadas figuras que declamam os ‘subsídios’, admito que nunca ouvi qualquer delas pronunciar corretamente esta palavra.
Na língua portuguesa, a regra para a articulação do ‘s’ quando antecedido por uma consoante é de que a letra soe como ‘ss’ e não ‘z’, isso significa dizer que em um agrupamento de letras em que uma consoante anteceda o ‘s’, este terá o som rasgado de ‘z’ apenas quando tratarmos de uma exceção, tal como ‘obséquio‘.
Digo, portanto, que o ‘bs’ de subsídio deve soar como o de subsolo, subsistência, absinto e afins.
Quanto à besta! Destaco que não trato sobre o animal, a fera, a criatura, vez que todos a dizem corretamente “bêsta“. Assim, o som que busco esclarecer é do soar da besta, arma medieval associada à arquearia.
Pois bem, a idêntica grafia das palavras é um motivo comum de confusão na fala e, desta regra, não escapam as bestas e bestas. Diferentemente do animal, cuja vogal ‘e’ tem a pronúncia fechada, o ‘e’ da besta (arma) é aberto. Assim, podemos exemplificar: O caçador abateu a “bêsta” com um violento tiro de sua “bésta”.
Em suma:
- Subsídio é “subssídio” e não “subzídio”;
- Besta (arma) é “bésta” e não “bêsta”.