Fundo do poço: O degrau para reerguer-se!

Há fatos que nos inserem em momentos introspectivos, a pensamentos, filosofias e fé! Que nos tocam com uma profundidade singular e nos abala de certa forma, que nos semeia a incompreensão e as incógnitas.

Quem sou eu para julgar alguém que não se veste das minhas dores e experiências, de fato, não hei de julgar! É, contudo, impossível não pensar!

O que motiva estes meus densos pensamentos? Hei de contar-lhes, sem dar nome aos santos! Há dois anos, aproximadamente, eu e meu irmão nos formamos, eu em Direito, ele em Medicina Veterinária. Neste meio tempo, tanta coisa aconteceu em nossas vidas e na vida daqueles que cruzaram nossos caminhos na graduação, coisas que culminaram em felicidades e infelicidades, que resultaram em boas vibrações e péssimas vibrações. Eu não sei, ao certo, o que aconteceu na vida daquela menina, não conheço seus sucessos e insucessos! Na terça-feira, este é o fato que estimulou minha introspecção, esta colega de faculdade do meu irmão cometeu suicídio, não importa como, não importa onde! Uma jovem com a promessa de uma vida, que, por algum motivo, deixou-se levar com o vento! Quem sou eu para julgá-la? Quem sou eu para tentar entender?

Choca-me, contudo, a proximidade de tal acontecimento! Eu não a conhecia, contudo, ela me era mais próxima do que qualquer outro suicida que eu tenha ouvido falar: amiga de meu irmão! Alguém de que eu ouvira falar algumas vezes, alguém na casa de quem meu irmão estivera em festa, alguém com quem conviveu durante cinco anos de sua vida!

Abala-me, nesta história, minha crença espiritual, pois acredito que o suicida, via de regra, não descansa em paz nessa desencarnação, tampouco se encaminha para um lugar melhor. Haverá, pois, de arcar com as conseqüências da agressão que cometeu contra a própria encarnação, independentemente do sofrimento que açoitou-lhe até o trágico momento.

Oro, contudo, para que Deus se compadeça do espírito dessa moça e possibilite que ela logo reencarne, para vencer e transcender as dificuldades que, nesta encarnação finda, foram maiores do que seus ombros poderiam suportar.

É neste contexto, meus caros leitores, que lhes suplico a virtuosa paciência e que rompam orgulhos e preconceitos a fim de buscar ajuda para solucionar e carregar os problemas que lhes são demasiadamente densos! As cruzes que lhes são entregues não hão de ser carregadas apenas por vocês, as pessoas que amamos podem ajudar-nos, os profissionais da psicologia estudam e dedicam-se para orientar-nos!

Ainda assim, se carregar o fardo for cada dia mais penoso, reverta seu sofrimento ajudando o próximo! Sei que encontrar forças para isso quando nossa vida parece um poço profundo, úmido e mergulhado em trevas, é difícil e, aparentemente, impossível! Digo, contudo, que quando chegamos ao fundo do poço é o momento de reerguer-se! Doar um pouco de si àqueles que precisam, muitas vezes, é a cura que jamais procuramos!

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