Moléculas de Inexistência

É complicado! O que é complicado?

A relação interpessoal é complicada, exageradamente complicada!

Doutrinamo-nos para que uma muralha sempre esteja estrategicamente erguida ao nosso redor, afinal, temos que resguardar as preciosidades que guardamos dentro de nós e impedir que qualquer um a acesse e deprede! O mundo perfeito, certo?!

A questão é que a construção desta muralha e a manutenção de uma boa guarda que filtre os acessos é custosa e, para alguns inviável, justamente porque o que temos dentro de nós busca, às vezes, ser completado por elementos externos. Percebem o problema?!

Esse algo dentro de mim anseia ser aceito e ser querido! Eis a fragilidade de minhas defesas.

Quando nos esforçamos para proteger-nos e o que protegemos tenta lançar-se para fora e para longe de nossas defesas, está armado o palco da tragédia. Qualquer um consegue acesso livre às nossas fragilidades e, não raro, utilizam-se disso para ferir-nos! Entregamos, ainda que involuntariamente, carinho e amizade e, em retorno, recebemos estocadas violentas que vão desde a falta de confiança até a ideia de superioridade ou a confusão entre amizade sincera e permissão para a falta de respeito!

Vislumbro a cada passo que dou e a cada acesso que forneço para falsas pessoas com funestas intenções, que sou a ingênua que acredita em amizade, respeito, confiança! Incessantes traições açoitam minha alma e minha fé! Ainda assim, sou incapaz de não me entregar novamente, pois não é racional esse movimento! É puramente a revoltosa ânsia de buscar algo fora de mim que me lança cegamente ao encontro das garras mal intencionadas ou egoístas demais para cuidar de algo além de si mesmas.

Não tenho festas a ofertar, tampouco bens de matéria! Ofereço de bom grado, a ponto de ser ferida com freqüência, a confiança e o amor, a companhia e a fidelidade, o respeito e a certeza de uma amizade verdadeira!

É lamentosa, entretanto, a conclusão a que chego: se por um lado estou disposta a doar-me, por outro, não sou digna de que pessoas que me são caras doem-se igualmente a mim! Ao contrário, ferem-me, desrespeitam-me, machucam-me!

E continuo sendo constantemente vítima destas agressões. Por quê? Simples! Por pior que sejam meus carrascos, temo magoá-los! Eu não gosto de ser ferida, eu não gostaria que despejassem as tristezas e rancores sobre mim, isso iria me magoar! Logo, contenho-me ao máximo para não agir assim com outras pessoas. É preciso levar-me ao extremo, ao ponto em que não há retorno.

Aqui, temos uma valorosa lição: não tratar como preciosidades as brutas pedras que nos tratam como simples moléculas de inexistência!

É preciso aprender algo ainda maior: não confiar! E que sejam aqueles as moléculas de inexistência, não eu!

Klein

Somos feitos de carne, gravados com uma data de fabricação e com prazo de validade. O corpo perece, resta a alma.

Não temos poder sobre até quando vamos durar, tampouco sobre quanto vamos amar! E talvez essa seja a pior parte… eu queria amar menos, amar de forma menos egoísta… meu amor é egoísta! Meu amor me faz sofrer, pois a razão não é suficiente para apaziguar a tristeza quando um corpo sucumbe e a companhia, neste plano, já não é possível.

Há quem diga que animais são somente animais! Ouso discordar! Meus cachorrinhos são um precioso pedaço de mim e donos do meu amor incondicional! Amor incondicional e intenso!

Ontem, um pedacinho brilhante desse ser chamado Carol esvaiu-se feito névoa! O nome dele: Klein! Klein porque era o menor de todos os irmãos, o meu magricelinho de cara enrugada e olhos infantis!

Meu pequeno peralta descansa e ainda me questiono sobre o porquê! E como dói! Como dói!

Resta-me o amor e a saudade de você, meu magricela! Meu enrugadinho! Meu Klein!

Klein

Revolta!

O tempo nos atropela e, em um piscar de olhos, descobrimos que semanas passaram, meses correram e anos escorreram por entre nossos dedos! Estou atrasada, reconheço! Entretanto, não hei de deter-lhes a atenção, hoje, sobre devaneios acerca da relatividade do tempo ou de como vivemos a vida sem senti-la passar!

O tema hoje: ‘Revolta!’. Não revolta, mas ‘Revolta!’.

Vamos colocar os pingos nos “is” e as exclamações em seus devidos lugares!

Cartaz da HQ 'Revolta!' de André Caliman.

Cartaz da HQ ‘Revolta!’ de André Caliman.

Revolta!’ é uma história em quadrinhos, cujos capítulos estão sendo publicados mensalmente na página http://revoltahq.blogspot.com.br! O roteiro e o desenho de ‘Revolta!’são de André Caliman, um quadrinista de gabarito que, para minha sorte, leciona o curso de HQ’s da Gibiteca de Curitiba!

Pensei em um zilhão de formas para tratar sobre esta HQ e trazer-lhes uma pitada de suas abordagens. Entretanto, minhas tentativas foram medíocres, açoitavam as verdadeiras pretensões e não faziam jus ao que promete essa história!

Um “Caramba!” bem entoado seria uma ótima definição para ‘Revolta!’. Ao menos, foi algo assim que pronunciei no dia 17 de novembro de 2012, no lançamento dessa HQ, quando li, pela segunda ou terceira vez, as oito páginas do primeiro capítulo! E foi algo assim que soou em minha mente quando li o segundo capítulo, alguns minutos atrás!

O roteiro é ótimo e intrigante, dotado daquele tempero que poucos conhecem e sabem usar, que nos faz ficar presos e ansiosos por mais! Estou faminta, com vontade de devorar novas ilustrações e tragar novos balões, novas páginas!

Revolta!’. Leio, acompanho, devoro! Sugiro e indico!

O primeiro passo, acessar o http://revoltahq.blogspot.com.br e prestigiar o André!

O segundo passo, descobrir-se enredado na intrincada teia de ‘Revolta!

Conheçam um pouco mais do trabalho de André Caliman em http://andrecaliman.blogspot.com.br/ .

A Seta

Caros motoristas, venho trazer-lhes uma informação BOMBÁSTICA: A seta não é opção de fábrica!

Exato, caros motoristas, inclusive, o uso da sinalização é obrigatório!

Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique um deslocamento lateral, o condutor deverá indicar seu propósito de forma clara e com a devida antecedência, por meio da luz indicadora de direção de seu veículo, ou fazendo gesto convencional de braço.

Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a transposição de faixas, movimentos de conversão à direita, à esquerda e retornos.” (Lei n. 9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro – CTN)

A sinalização de conversão não se presta apenas a deixar o seu veículo semelhante a uma árvore de natal  decorada com pisca-piscas ou para exercitar sua mão ao acionar a alavanca da seta! A sinalização é fundamental para a segurança no trânsito, tanto para informar suas pretensões de virar ou adentrar em outra pista aos demais motoristas que circulam em sua companhia, como para informar os pedestres!

A propósito, caros motoristas, não sei se costumam praticar a caminhada ou passear pelas ruas da sua cidade à pé, mas sabiam que os pedestres se orientam pela seta dos carros para saber se podem ou não atravessar?! Afinal, nós, pedestres, ainda não possuímos bola-de-cristal ou telepatia avançada a ponto de sabermos das pretensões de conversão ou de seguir em frente do motorista! Exato, a seta permite-nos saber se podemos atravessar sem sermos atropelados!

Entretanto, o que de fato acontece? Uma dezena de idiotas ao volante não utiliza as setas para sinalizar a conversão e, por vezes, quase geram acidentes, seja com pedestres, seja com outros veículos! Alguns gênios, para colocar a cereja no bolo, ainda aceleram e jogam o carro em cima de quem está atravessando! Aparentemente, compraram a carteira, pois não conhecem regras básicas do trânsito!

Pois vejam, caros motoristas, não bastasse o fato de ser obrigatória a sinalização a fim de  informar a intenção de deslocamento lateral, o CTN determina que o condutor que ingressar em uma nova via deve dar preferência aos veículos e pedestres que nela estão transitando (no caso, o pedestre que já está em trânsito, ou seja, que anteriormente havia iniciado a travessia da via). Transcrevo:

Art. 36. O condutor que for ingressar numa via, procedente de um lote lindeiro a essa via, deverá dar preferência aos veículos e pedestres que por ela estejam transitando.”(Lei n. 9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro – CTN)

E ainda:

Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros, o condutor deverá:

I – ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo possível do bordo direito da pista e executar sua manobra no menor espaço possível;

II – ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o máximo possível de seu eixo ou da linha divisória da pista, quando houver, caso se trate de uma pista com circulação nos dois sentidos, ou do bordo esquerdo, tratando-se de uma pista de um só sentido.

Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de direção, o condutor deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem em sentido contrário pela pista da via da qual vai sair, respeitadas as normas de preferência de passagem.”(Lei n. 9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro – CTN)

Obviamente, eu não estaria tão contrariada e revoltada com essa situação se eu não observasse as seguintes regras:

Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre tomará precauções de segurança, levando em conta, principalmente, a visibilidade, a distância e a velocidade dos veículos, utilizando sempre as faixas ou passagens a ele destinadas sempre que estas existirem numa distância de até cinqüenta metros dele, observadas as seguintes disposições:

(…)

II – para atravessar uma passagem sinalizada para pedestres ou delimitada por marcas sobre a pista:

a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indicações das luzes;

b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o semáforo ou o agente de trânsito interrompa o fluxo de veículos;

III – nas interseções e em suas proximidades, onde não existam faixas de travessia, os pedestres devem atravessar a via na continuação da calçada, observadas as seguintes normas:

a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar de que podem fazê-lo sem obstruir o trânsito de veículos;

b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedestres não deverão aumentar o seu percurso, demorar-se ou parar sobre ela sem necessidade.

Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica, onde deverão ser respeitadas as disposições deste Código.

Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização semafórica de controle de passagem será dada preferência aos pedestres que não tenham concluído a travessia, mesmo em caso de mudança do semáforo liberando a passagem dos veículos.”(Lei n. 9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro – CTN)

Devo lembrá-los, caros motoristas, que essas práticas que me inspiram inconformismo são infrações ao CTN e são punidas com as penalidades previstas nesse mesmo texto legal! Destaco que dirigir de forma a colocar em risco pedestres é infração gravíssima, conforme prescreve o artigo 170 do CTN, bem como dirigir sem atenção e cuidados com segurança implica na prática de infração média! Tudo isso pode, no mínimo, pesar-lhes duramente no bolso!

No mais, as disposições do CTN são claras no que diz respeito à obrigatoriedade de uma condução veicular responsável e segura, devendo o condutor ser especialmente cauteloso quando estiver próximo a cruzamentos, conforme o exemplo a baixo:

Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do veículo deve demonstrar prudência especial, transitando em velocidade moderada, de forma que possa deter seu veículo com segurança para dar passagem a pedestre e a veículos que tenham o direito de preferência.”(Lei n. 9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro – CTN)

Então, caros motoristas, lembrem-se de que a seta não é opcional de fábrica, tampouco enfeite! Lembrem-se de que vocês não são donos das vias, tampouco da verdade! Lembrem-se de respeitar seus próximos e de dirigirem com segurança! Afinal, você, um dia, pode ser vítima de um idiota que conduz seu veículo com total irresponsabilidade e desleixo!

O oco

 

Fere-me a consciência de que sou culpada pelo meu próprio entristecer! Inocente e ingênua deixo-me levar por convivências e passo a crer em amizades que existem apenas em minha tola ilusão! Eis que me oferecem uma amizade de oportunidade e eu a aceito como sincera!

Sou tola e admito que sou culpada de meu próprio sofrimento! Veja, pois, que cada desilusão e tristeza que se seguem não são decorrentes da atitude daqueles, que me sorriem quando bem lhes entende! Sou minha própria vilã, na medida em que deposito minhas moedas nessas amizades e acredito que, de repente, pode ser que as coisas mudaram e que, finalmente, estou sendo aceita e querida!

Peço que meus amigos sinceros perdoem-me pelos dizeres, de qualquer forma, estes não os alcançam! Infelizmente, contudo, nossas obrigações profissionais e nossos relógios não nos permitem estar juntos tanto quanto desejo! Em razão disso, o restante das minha horas tende a ser vazio, um oco doloroso apodera-se do meu peito!